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PANC: o poder nutritivo e cultural das Plantas Alimentícias Não Convencionais

Você já ouviu falar em ora-pro-nóbis, taioba ou beldroega? Essas e muitas outras plantas conhecidas como PANC (Plantas Alimentícias Não Convencionais) estão conquistando espaço nas mesas brasileiras – e não é por acaso. Elas são saborosas, nutritivas, sustentáveis e representam uma reconexão com saberes populares e a biodiversidade local.

As PANC são espécies vegetais que, apesar de comestíveis e muitas vezes ricas em nutrientes, não são consumidas em larga escala nem fazem parte da agricultura tradicional. Muitas delas crescem espontaneamente em quintais, jardins, terrenos baldios e até mesmo nas calçadas. Com o avanço da agroindústria e a padronização dos alimentos, essas plantas foram sendo esquecidas – mas vêm ressurgindo graças a movimentos ligados à agroecologia, à alimentação saudável e à valorização da cultura alimentar regional.

Diversidade à mesa

Segundo especialistas em botânica e nutrição, o Brasil possui centenas de espécies classificadas como PANC. Algumas das mais conhecidas incluem:

  • Ora-pro-nóbis: rica em proteínas, ferro e fibras, essa planta de folhas verdes e suculentas é amplamente utilizada na culinária mineira, especialmente em refogados e ensopados com carne suína.
  • Taioba: com folhas grandes e sabor suave, a taioba pode substituir o espinafre em diversas receitas. É fonte de cálcio, ferro e vitaminas do complexo B.
  • Beldroega: cresce com facilidade em solos variados e possui um sabor levemente ácido. Suas folhas são ótimas em saladas, sopas ou refogadas.
  • Peixinho-da-horta: de folhas felpudas que lembram filés de peixe após empanadas e fritas, essa planta encanta pela textura e aparência curiosa.
  • Capuchinha: além das folhas comestíveis, produz flores coloridas e picantes, ideais para dar um toque gourmet em saladas.
As PANC, como a ora-pro-nóbis e a taioba, são ricas em nutrientes e podem ser cultivadas no quintal de casa. Redescubra esses sabores!

Sustentabilidade e autonomia

Consumir PANC é também um ato político e sustentável. Essas plantas exigem menos insumos agrícolas, como agrotóxicos e adubos, sendo ideais para hortas urbanas, escolares ou comunitárias. Além disso, contribuem para a soberania alimentar ao fortalecer práticas de cultivo local e o conhecimento tradicional.

“Resgatar o uso das PANC é valorizar a biodiversidade brasileira e os saberes ancestrais que nos ensinaram a conviver com o Cerrado, a Amazônia e outros biomas”, explica a nutricionista e pesquisadora Clara Nascimento, que estuda o uso dessas plantas em comunidades do Centro-Oeste.

Onde encontrar e como consumir

Algumas PANC já podem ser encontradas em feiras orgânicas, viveiros agroecológicos e até em supermercados com seções de produtos regionais. Também é possível cultivar em vasos ou hortas caseiras.

Para quem quer começar, a dica é buscar orientação especializada, pois algumas plantas podem ser confundidas com espécies tóxicas. Há ainda livros, cursos online e oficinas de culinária que ensinam a identificar e preparar as PANC de forma segura e saborosa.

Redescobrir as PANC é cultivar saúde, cultura e sustentabilidade no prato. Uma revolução silenciosa que começa pelo que colocamos na mesa.

por GT Notícias – Goiás Tocantins Notícias

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