Ministro da Agricultura explica que reabertura de mercados será gradual e que o consumo de carne de frango continua seguro
Após um período de alerta no setor avícola, o Brasil recuperou o status de país livre da gripe aviária. A informação foi confirmada pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Luiz Carlos Fávaro, que reforçou que a normalização das exportações de carne de frango ocorrerá de forma gradativa. Isso porque cada país importador adota critérios próprios e pode solicitar novos esclarecimentos antes de retomar a compra dos produtos brasileiros.
“Não significa que, imediatamente, todos os mercados se abrirão. Muitos vão fazer questionamento, tirar dúvidas. E é normal isso”, afirmou o ministro, destacando que o prazo científico de 28 dias sem novos registros é suficiente para considerar o fim do risco de perpetuação da doença.
O caso que provocou a suspensão parcial das exportações foi detectado em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, em 16 de maio. Trata-se do primeiro foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) confirmado em aves de produção no Brasil.
Mesmo com a detecção localizada, mercados como China, União Europeia e Argentina suspenderam temporariamente as importações de carne de frango brasileira — a maioria por 60 dias, conforme acordos sanitários internacionais. A expectativa do Ministério é que essas restrições sejam reduzidas à região afetada, permitindo a retomada gradual das vendas externas.
China sinalizou retomada antes do novo foco
Fávaro revelou ainda que a China estava prestes a retomar a compra de frango do Rio Grande do Sul, após uma interrupção anterior relacionada à doença de Newcastle. Segundo ele, durante a recente missão presidencial à China, autoridades sanitárias do país asiático expressaram confiança nos relatórios apresentados pelo Brasil.
“A GACC [agência aduaneira chinesa] deu sinais de que estava satisfeita com todos os relatórios fornecidos sobre Newcastle e, provavelmente, ia tirar as restrições até do Rio Grande do Sul”, afirmou. No entanto, o novo caso de IAAP impôs um novo obstáculo à negociação.
Segurança para o consumidor
Apesar das medidas comerciais, o Ministério da Agricultura assegura que o consumo de carne e ovos segue seguro. A influenza aviária não é transmitida por alimentos devidamente inspecionados. O risco de contaminação em humanos é baixo e geralmente está relacionado ao contato direto com aves infectadas.
“A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados”, diz a nota do Ministério. O Brasil permanece vigilante, adotando medidas sanitárias e monitoramento contínuo para garantir a proteção da produção nacional e a confiança dos mercados internacionais.
por GT Notícias – Goiás Tocantins Notícias