Em 27 de julho, o Brasil celebra os motociclistas — profissionais, aventureiros e, principalmente, os invisíveis das cidades: os entregadores que circulam com fome enquanto entregam refeições.
Eles passam por você todos os dias, mas nem sempre são vistos. Em alta velocidade, às vezes enfrentando o sol escaldante, a chuva ou o trânsito travado, eles seguem em frente. No Dia do Motociclista, celebrado neste 27 de julho, é tempo de olhar com mais atenção para quem vive sobre duas rodas — não só como estilo de vida, mas como meio de sobrevivência.
Motociclistas não são apenas aventureiros das estradas ou entusiastas do ronco dos motores. Muitos deles trabalham em serviços de entrega, especialmente de alimentos. E há uma dura contradição nesse cenário: entregam comida, mas não têm tempo ou recursos para se alimentar com dignidade.
Relatos de entregadores que rodam horas sem parar, comendo o que sobra, ou esperando chegar em casa para fazer uma refeição simples, são cada vez mais comuns. Alguns até brincam — com dor disfarçada — que “sentem mais fome depois de entregar comida o dia inteiro”.
Celebrar o Dia do Motociclista é também reconhecer o esforço diário desses trabalhadores. Muitos não têm vínculo empregatício, não têm direito a pausas, refeições ou sequer a banheiros. São homens e mulheres que sustentam o ritmo frenético das cidades, com pouco reconhecimento e ainda menos proteção.
Que a data de hoje sirva para homenagear quem ama a liberdade da estrada, mas também para cobrar políticas públicas que garantam dignidade, segurança e respeito para quem faz da moto um instrumento de trabalho.