Por GT Notícias
Um estudo divulgado nesta quinta-feira (8) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) mostra um retrato preocupante do Brasil: quase 60 milhões de pessoas vivem em municípios com desenvolvimento considerado baixo ou crítico. A constatação tem como base o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), que avalia anualmente áreas essenciais como emprego e renda, saúde e educação.
Segundo o levantamento, 47,3% dos municípios brasileiros apresentavam desempenho insuficiente em 2023, sendo 4,5% com IFDM crítico (abaixo de 0,400) e 42,8% com índice baixo (entre 0,400 e 0,599). Juntos, esses municípios concentram cerca de 57 milhões de habitantes.
Apesar dos números alarmantes, o estudo também revela que houve melhora significativa na última década. Em 2013, mais de 103 milhões de pessoas viviam em cidades com IFDM baixo ou crítico. Hoje, esse número caiu quase pela metade, indicando um avanço importante, especialmente em áreas como a educação, que apresentou crescimento de 52,1% no período.
Brasil em dois ritmos
A média nacional do IFDM passou de 0,4674 em 2013 para 0,6067 em 2023, o que representa um salto de 29,8%. Praticamente todos os municípios brasileiros (99%) tiveram alguma evolução no índice. Os que mais se destacaram foram os com até 20 mil habitantes, que conseguiram crescer em ritmo mais acelerado do que os grandes centros urbanos.
No entanto, o economista-chefe da Firjan, Jonathas Goulart, alerta que ainda há um “fosso” entre os extremos do país. “Se mantido o ritmo atual, os municípios com desenvolvimento crítico só alcançarão o nível das cidades mais desenvolvidas em 2046. Isso significa um atraso de 23 anos”, afirma. Para ele, o Brasil vive uma realidade de “dois países dentro de um só”, com grandes desigualdades regionais.
Norte e Nordeste lideram rankings negativos
Os dados escancaram a concentração das cidades com piores desempenhos nas regiões Norte e Nordeste. Juntas, elas somam 87% dos municípios com IFDM baixo ou crítico. No Amapá, todos os municípios estão nesta condição. Maranhão, Pará e Bahia também apresentam índices preocupantes, com mais de 70% de seus municípios em situação delicada.
Já as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentam melhores resultados. Em São Paulo, por exemplo, apenas 0,3% dos municípios têm desenvolvimento abaixo do ideal. No outro extremo, o Rio de Janeiro destoa negativamente das regiões mais desenvolvidas, com 31,8% de seus municípios nessa faixa.
As cidades com melhor e pior desenvolvimento
O ranking da Firjan coloca Águas de São Pedro (SP) no topo da lista dos municípios com maior desenvolvimento, com um IFDM de 0,8932. Em seguida aparecem São Caetano do Sul (SP) e Curitiba (PR), a capital mais bem posicionada.
No fim da lista, o destaque negativo vai para Ipixuna (AM), com apenas 0,1485 de IFDM, seguido por municípios dos estados do Maranhão, Roraima, Pará e Acre.
Entre as capitais, Florianópolis foi a única que teve piora no índice na comparação com 2013. Por outro lado, Fortaleza e Maceió registraram os maiores avanços.
por GT Notícias – Goiás Tocantins Notícias