Com 70% da produção brasileira, Estado avança com tecnologia, fiscalização rigorosa e políticas públicas voltadas ao campo
Goiás consolida sua posição como o maior produtor de girassol do Brasil. De acordo com dados divulgados na última quinta-feira (15/05) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o estado é responsável por aproximadamente 70% da produção nacional da cultura. A estimativa para a safra 2024/2025 é de 71 mil toneladas — um crescimento expressivo de 58,8% em relação ao ciclo anterior, que totalizou 44,7 mil toneladas.
Esse avanço é resultado direto da combinação entre condições naturais favoráveis, uso estratégico de tecnologia e, principalmente, do trabalho intenso de defesa sanitária promovido pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), órgão vinculado ao Governo de Goiás.
Alternativa estratégica no calendário agrícola
Cultivado, preferencialmente, em sucessão à soja durante o período da safrinha, o girassol tem ganhado espaço no calendário agrícola goiano como uma alternativa viável entre as safras de verão e inverno. No entanto, o cultivo apresenta desafios fitossanitários. Um deles é a ausência de herbicidas seletivos registrados para o girassol no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o que torna as chamadas “plantas voluntárias” de soja um problema recorrente, pois mantêm o fungo Phakopsora pachyrhizi — causador da ferrugem asiática — ativo nas lavouras.
Leonardo Macedo, gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, destaca a importância da atuação do órgão no combate a essas ameaças. “A Agência estabelece e fiscaliza um calendário de semeadura específico para o girassol, definindo os períodos adequados de plantio e colheita e orientando os produtores sobre a eliminação de plantas voluntárias de soja que podem hospedar pragas”, explica.
Controle e rastreabilidade no campo
Uma das medidas mais efetivas adotadas é o cadastro obrigatório das lavouras de girassol no Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago). Com isso, é possível monitorar as áreas plantadas, identificar focos de plantas indesejadas e implementar ações rápidas de controle. Essa rastreabilidade tem sido fundamental para a manutenção do controle da ferrugem asiática no estado.
“O sucesso de Goiás na produção de girassol não seria possível sem as medidas fitossanitárias e o bom manejo de plantas daninhas. As ações da Agrodefesa dão segurança ao produtor e garantem a integridade da cadeia produtiva”, afirma o presidente da entidade, José Ricardo Caixeta Ramos.
Produção com destino certo
A produção goiana de girassol é direcionada principalmente à extração de óleo vegetal e também à alimentação animal. A cultura se destaca pela adaptabilidade ao clima local, pelo bom desempenho agronômico e pela valorização no mercado agrícola.
“As medidas legislativas da Agrodefesa viabilizam o cultivo sustentável do girassol sem comprometer a sanidade da soja. Com ações integradas entre fiscalização, orientação técnica e uso de tecnologia, reafirmamos nosso papel estratégico no agronegócio goiano”, conclui Caixeta Ramos.
Com esse desempenho, Goiás não apenas se mantém como líder nacional, mas também se torna referência em produção sustentável e gestão fitossanitária eficiente no campo.
por GT Notícias – Goiás Tocantins Notícias