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quarta-feira, julho 23, 2025
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Cientistas desenvolvem vacina “universal” contra o câncer

Uma nova geração de tratamentos com mRNA pode revolucionar a forma como o sistema imunológico combate tumores diversos

Uma vacina terapêutica experimental, desenvolvida por cientistas da Universidade da Flórida, tem chamado a atenção do mundo científico por seu potencial revolucionário: tratar diversos tipos de câncer com uma única formulação. A proposta, apelidada de “one-two punch” (“golpe duplo”, em tradução livre), está sendo chamada de vacina universal contra o câncer por sua capacidade de ativar o sistema imunológico mesmo sem alvos tumorais específicos.

Baseada na mesma tecnologia de RNA mensageiro (mRNA) usada em vacinas contra a Covid-19, a fórmula já demonstrou resultados animadores em testes com camundongos — combatendo tumores no cérebro, ossos e pele. O grande diferencial está em sua estratégia: enganar o organismo para que ele reaja aos tumores como se fossem vírus, ampliando a resposta imune e aumentando as chances de eliminação do câncer.

“A vacina ativa células T como se estivéssemos enfrentando uma infecção viral, o que transforma completamente a forma como o corpo lida com tumores”, explicou Elias Sayour, médico e pesquisador-chefe do estudo.

Além disso, a vacina demonstrou alta eficácia quando combinada com imunoterapias já existentes, como os inibidores de checkpoint (ex: anti‑PD‑1), potencializando o efeito terapêutico. Os primeiros testes com humanos começaram em pacientes com glioblastoma, um tipo agressivo de câncer cerebral. Embora ainda em fase inicial, os resultados indicam resposta imunológica significativa, abrindo caminho para ensaios mais amplos.

Ainda não é uma vacina preventiva

É importante frisar que a vacina não previne o surgimento do câncer, mas sim atua como terapia para quem já possui a doença. Ou seja, ela busca aumentar a capacidade do corpo de reconhecer e destruir células cancerígenas — o que pode transformar radicalmente o tratamento em um futuro próximo.

Segundo os cientistas, a abordagem pode facilitar o desenvolvimento de vacinas “off-the-shelf” (sem necessidade de personalização para cada paciente), o que agilizaria o acesso e reduziria custos no futuro.

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