Com água azul cristalina e acesso restrito, fenômeno natural intriga exploradores e mergulhadores no Cerrado
Escondido no coração do Cerrado goiano, no município de Padre Bernardo, existe um dos lugares mais misteriosos e desafiadores do Brasil: o Buraco do Inferno. Trata-se de uma caverna submersa de profundidade ainda não determinada, localizada dentro de uma propriedade particular. Com água cristalina e formações geológicas fascinantes, o local atrai mergulhadores técnicos, estudiosos e curiosos em busca de um dos maiores enigmas naturais do país.

A beleza estonteante do lago subterrâneo contrasta com o risco que esconde. A dolina — uma espécie de colapso geológico que formou a cratera — possui aproximadamente 100 metros de largura e 40 metros de profundidade visível. A parte submersa, no entanto, já foi explorada até 185 metros de profundidade, conforme uma expedição acompanhada pelo programa Fantástico em 2017, mas sua real extensão ainda permanece desconhecida.
O local só pode ser acessado com autorização dos proprietários da fazenda e acompanhamento de guia técnico especializado em cavernas. Isso porque o Buraco do Inferno já foi cenário de acidentes trágicos. Em 1992, dois mergulhadores morreram durante uma exploração. Já em 2014, houve um desmoronamento repentino, e um mergulhador foi arrastado por mais de 60 metros — felizmente, ele sobreviveu.

Apesar dos riscos, o lugar continua encantando aventureiros e estudiosos por várias razões:
- Visibilidade subaquática impressionante;
- Túneis e salões submersos ainda não mapeados;
- Presença de peixes, algas e até tartarugas em um ecossistema inusitado;
- Mistério e desafio técnico para mergulhadores experientes.
A formação do Buraco do Inferno ocorreu a partir do colapso do teto de uma caverna antiga, que ruiu sobre o lençol freático. Quando a luz solar penetra pelas aberturas no solo, a água reflete tons azulados, criando um visual surreal.
Não há sinalização nem estrutura turística no local. Portanto, a recomendação é clara: não tente visitar por conta própria. Além de perigoso, o acesso sem permissão é proibido.
por GT Notícias – Goiás Tocantins Notícias