Surto global preocupa autoridades brasileiras e reacende discussões sobre segurança alimentar, mutações do vírus e risco de pandemia
O Brasil acompanha com atenção o avanço da gripe aviária em diferentes partes do mundo. Embora os casos confirmados no país ainda estejam sob controle, a rápida disseminação do vírus Influenza H5N1 entre aves e mamíferos em outros continentes coloca especialistas, autoridades sanitárias e o setor agropecuário em estado de alerta.
A doença, altamente contagiosa entre aves, já provocou surtos severos em países como Estados Unidos, Camboja, Vietnã, Austrália, China e Canadá. Em 2024, pela primeira vez, o vírus foi identificado em vacas leiteiras nos EUA, o que acendeu ainda mais o sinal vermelho sobre seu potencial de mutação.
Riscos à saúde humana
A gripe aviária é uma zoonose – ou seja, uma doença transmitida de animais para seres humanos. A infecção em humanos é rara e, até o momento, está relacionada principalmente ao contato direto com aves contaminadas, vivas ou mortas. Trabalhadores de granjas e tratadores estão entre os grupos mais vulneráveis. A taxa de letalidade em humanos assusta: cerca de 50% dos casos registrados resultaram em óbito, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Apesar do alarme, não há evidências científicas de que o consumo de carne de frango ou ovos cause infecção, desde que os produtos estejam devidamente cozidos. Ainda assim, os órgãos de saúde recomendam cuidados no preparo dos alimentos, evitando o consumo de ovos crus ou malpassados, especialmente em regiões com surtos identificados.
Nos casos em que humanos foram infectados, há suspeitas de que o consumo de produtos de origem animal, como sangue de aves contaminadas, tenha contribuído para a contaminação – um alerta importante para populações que mantêm práticas alimentares de risco.
O perigo das mutações
A maior preocupação das autoridades sanitárias internacionais é a possibilidade de o H5N1 sofrer mutações que facilitem sua transmissão entre seres humanos, como ocorre com o vírus da gripe comum – por meio de espirros, tosse ou contato físico. Se isso acontecer, o mundo poderá enfrentar uma nova pandemia.
“Cada transmissão entre animais, ou de animais para humanos, é uma chance para o vírus se adaptar e se tornar ainda mais perigoso”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. Ele defende maior vigilância nas granjas, testes constantes e o uso obrigatório de equipamentos de proteção individual (EPIs) para trabalhadores do setor.
🇧🇷 E o Brasil?
O Brasil, líder global na exportação de carne de frango, tem muito a perder com um eventual surto fora de controle. Casos confirmados podem levar à suspensão de exportações, sacrifício em massa de aves e prejuízos bilionários ao agronegócio. Em 2023 e 2024, surtos isolados foram rapidamente contidos pelas autoridades brasileiras, mas a vigilância permanece intensa, especialmente em regiões costeiras e próximas a rotas migratórias de aves.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) reforçou os protocolos de biossegurança e criou canais de notificação para qualquer suspeita da doença. Até o momento, a gripe aviária no Brasil não representa risco imediato à população, mas o monitoramento constante e a informação correta são as principais armas para prevenir um cenário mais grave.
Fique atento:
- Evite contato com aves silvestres ou de criadouros não autorizados.
- Sempre consuma carne e ovos bem cozidos.
- Se trabalha com aves, utilize EPIs adequados.
- Denuncie casos suspeitos ao serviço veterinário local ou ao Mapa.
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por GT Notícias – Goiás Tocantins Notícias