Disputa global reacende alerta sobre impacto no Brasil e ameaça cadeias produtivas automotivas e do aço
As negociações comerciais entre União Europeia (UE) e Estados Unidos (EUA) avançaram em ritmo acelerado, segundo representantes dos dois blocos. No entanto, o novo aumento das tarifas americanas sobre aço e alumínio, que passou de 25% para 50%, tem sido motivo de tensão e pode prejudicar a relação entre os parceiros. A medida, em vigor desde esta quarta-feira, impacta diretamente países exportadores — e o Brasil está entre os mais afetados.
Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil é o segundo maior exportador de aço aos EUA. O aumento das tarifas representa um risco não só para as exportações nacionais, mas para milhares de empregos ligados à cadeia do aço e à indústria automotiva, que têm presença significativa em estados como Goiás e Minas Gerais. Em cidades como Catalão (GO), onde há produção de autopeças e montagem de veículos, o impacto pode ser sentido a médio prazo.
Enquanto os europeus sinalizam disposição para reestruturar os termos das negociações, lamentam que as tarifas sobre metais tenham sido dobradas. Maros Sefcovic, negociador da UE, destacou que tanto a Europa quanto os EUA enfrentam o mesmo desafio — o excesso de capacidade global de aço — e deveriam trabalhar juntos, em vez de se confrontar.
A disputa tarifária também acende o alerta para possíveis efeitos indiretos no Brasil. A escassez global de metais e minerais essenciais já afeta fábricas de autopeças e montadoras, como a BMW, que anunciou dificuldades em sua rede de fornecedores. Com isso, especialistas apontam que o país precisa estar atento aos desdobramentos para proteger suas cadeias produtivas e manter acordos comerciais estratégicos.
por GT Notícias – Goiás Tocantins Notícias
