Ação reforça uso sustentável da espécie e fortalece diálogo com comunidades indígenas no Tocantins
Em mais uma etapa da política de valorização dos povos originários e preservação do patrimônio natural do Tocantins, o Governo do Estado realizou o georreferenciamento dos campos de capim-dourado no território Krahô. A ação conjunta da Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot) com o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) visa mapear e preservar essa planta emblemática, garantindo sua colheita sustentável pelas comunidades indígenas.
Entre os dias 9 e 13 de junho, equipes técnicas percorreram nove aldeias Krahô, localizadas nos municípios de Itacajá e Goiatins, para validar a geolocalização das áreas onde a espécie ocorre naturalmente. Os registros foram feitos com drones e imagens de satélite, garantindo maior precisão ao processo. Além do capim-dourado, também foram catalogadas espécies semelhantes como as sempre-vivas e o chuveirinho — estas, porém, menos resistentes ao uso artesanal.
“O trabalho de campo permite não apenas identificar os pontos exatos de ocorrência, mas também ouvir os relatos da comunidade sobre a coleta, o uso e a comercialização do capim. Isso fortalece o vínculo entre tradição e sustentabilidade”, explica a analista da Sepot, Lorayne Ferreira.
Na próxima fase, os dados coletados serão transformados em mapas georreferenciados e servirão de base para ações educativas junto às comunidades, conforme prevê a Lei nº 3594/2019, que institui a Política Estadual de Uso Sustentável do Capim-Dourado e do Buriti.
Segundo Ana Paula Mendes, também da Sepot, o objetivo é capacitar os coletores indígenas para o manejo consciente da planta. “É uma formação fundamental, que alia proteção ambiental e geração de renda para os povos originários.”
O trabalho já foi realizado anteriormente nos territórios Xerente, em Tocantínia, reconhecidos pela excelência no artesanato com capim-dourado. Agora, o mesmo cuidado chega às terras Krahô, reforçando o compromisso do estado com a preservação das culturas tradicionais e da biodiversidade tocantinense.
por GT Notícias – Goiás Tocantins Notícias