Enquanto alimentos aliviam a inflação, contas de luz e água pressionam famílias nas regiões Centro-Oeste e Norte
O recuo da inflação nacional em maio para 0,26%, divulgado pelo IBGE nesta semana, não impediu que muitos consumidores em Goiás e Tocantins sentissem o orçamento apertado. Embora os preços dos alimentos e combustíveis tenham caído, o aumento da conta de luz e de serviços básicos elevou o custo de vida nas duas regiões.
Em Goiânia, o valor médio da energia elétrica residencial subiu após a aplicação da bandeira tarifária amarela, com cobrança extra de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. Segundo relatos de moradores da capital, a conta chegou até 15% mais cara que em abril. Em cidades menores, como Aparecida de Goiânia e Anápolis, famílias relataram dificuldades em ajustar o consumo.
No Tocantins, a situação é parecida. Em Palmas e arredores, além do reajuste nas tarifas, também houve aumento na taxa de água e esgoto, que influenciou diretamente o orçamento doméstico. O impacto é ainda maior nas regiões com temperaturas elevadas, onde o uso de ventiladores e ar-condicionado é quase constante.
Alívio parcial no mercado
Apesar da pressão nas contas fixas, os preços dos alimentos deram um fôlego. Em feiras livres e supermercados de Araguaína (TO) e Rio Verde (GO), consumidores notaram uma redução no valor de itens como tomate, arroz, ovos e frutas — os mesmos que puxaram a inflação para baixo em nível nacional.
No entanto, muitos consumidores ainda não sentem esse alívio no bolso. “O tomate tá mais barato, mas a conta de energia engoliu qualquer economia”, disse dona Maria Aparecida, moradora do setor Campinas, em Goiânia.
Especialistas alertam para cenário instável
De acordo com especialistas ouvidos pelo GT Notícias, a tendência para os próximos meses dependerá do comportamento do setor de energia, da política fiscal e do consumo das famílias. “Enquanto os alimentos ajudam, os serviços básicos continuam em alta. A realidade do cerrado e da região norte é de grande exposição ao calor, e isso reflete diretamente na conta de luz”, explica Cristiane Ferreira da Costa, especialista em consumo familiar.
Ficar atento aos gastos com energia, rever hábitos e buscar feiras locais pode ser uma boa estratégia enquanto o cenário permanece instável.
por GT Notícias – Goiás Tocantins Notícias