Saldo positivo no mês reforça recuperação do emprego, apesar de retração em setores como indústria e construção
O Brasil encerrou o mês de novembro com a criação de 85.864 postos de trabalho com carteira assinada, segundo dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta terça-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O resultado é fruto de 1.979.902 admissões e 1.894.038 desligamentos ao longo do mês.
Os números confirmam um cenário de crescimento moderado do mercado formal, ainda marcado por desigualdades setoriais e regionais, mas com saldo positivo na maior parte do país.
Acumulado do ano mantém ritmo positivo
De janeiro a novembro de 2025, o país acumulou um saldo positivo de 1.895.130 vagas formais, resultado de 25.055.514 contratações contra 24.160.384 desligamentos.
Do total de vagas abertas no período, 1,462 milhão correspondem a postos de trabalho considerados típicos, enquanto 434 mil são classificados como não típicos — categoria que inclui aprendizes, contratos intermitentes, temporários, trabalhadores vinculados ao CAEPF e vínculos com carga horária de até 30 horas semanais.
Já no recorte dos últimos 12 meses, entre dezembro de 2024 e novembro de 2025, o saldo positivo foi de 1.339.878 vagas, número inferior ao registrado no período anterior, quando foram criados 1.781.293 postos, indicando uma desaceleração no ritmo de geração de empregos.
Comércio e serviços puxam criação de vagas
Entre os cinco grandes grupamentos da economia, apenas comércio e serviços apresentaram saldo positivo em novembro. O comércio liderou com 78.249 novas vagas, crescimento de 0,7%, seguido pelo setor de serviços, que gerou 75.131 postos, alta de 0,3%.
Na outra ponta, três setores fecharam o mês com desempenho negativo:
- Agropecuária: -16.566 vagas (-0,8%)
- Construção: -23.804 vagas (-0,7%)
- Indústria: -27.135 vagas (-0,2%)
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, destacou que a oscilação entre os setores reflete fatores sazonais e estruturais, além do impacto dos juros, do consumo e do ritmo de investimentos.
Estados: maioria registra saldo positivo
Em novembro, 20 unidades da federação registraram criação líquida de empregos. Os maiores saldos absolutos foram observados em:
- São Paulo: +31.104 vagas
- Rio de Janeiro: +19.961 vagas
- Pernambuco: +8.996 vagas
Por outro lado, alguns estados fecharam o mês com retração no mercado formal, com destaque para:
- Minas Gerais: -8.740 vagas (-0,1%)
- Goiás: -8.413 vagas (-0,5%)
- Mato Grosso: -5.802 vagas (-0,5%)
Salário médio permanece estável
O salário médio real de admissão em novembro de 2025 foi de R$ 2.310,78, praticamente estável em relação a outubro, quando o valor era de R$ 2.305,00. A variação mensal foi positiva em R$ 5,78, equivalente a 0,3%.
Na comparação com novembro de 2024, já descontados os efeitos sazonais, o ganho real foi de R$ 67,95, representando alta de 3,03%.
Entre os trabalhadores típicos, o salário médio real de admissão ficou em R$ 2.355,56, valor 1,9% superior à média geral. Já os trabalhadores não típicos receberam, em média, R$ 1.991,42, montante 13,8% inferior ao salário médio do mês.


