Universidade estadual impulsiona conservação ambiental, valoriza a biodiversidade e gera impactos positivos na economia regional
As pesquisas desenvolvidas pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) vêm desempenhando um papel estratégico no fortalecimento da preservação do Cerrado goiano. Por meio de estudos científicos, parcerias institucionais e ações voltadas à sustentabilidade, a universidade tem contribuído para ampliar o conhecimento sobre o bioma, proteger espécies nativas e estimular o desenvolvimento socioeconômico do estado.
As iniciativas contam com o apoio de instituições como a Emater Goiás e agentes de fomento do governo estadual, reforçando o compromisso da universidade pública com a inovação científica, a conservação ambiental e a valorização dos recursos naturais do Cerrado.
Descoberta de nova espécie reforça importância da ciência
Um dos avanços mais relevantes registrados em 2025 foi a descoberta de uma nova espécie de planta nativa do Cerrado, batizada de Jacquemontia verae. O registro foi reconhecido oficialmente pela comunidade científica e representa um marco para a botânica e para a preservação do bioma.
A pesquisa foi conduzida pela professora Isa Lucia de Morais, docente do Programa de Pós-Graduação em Antropologia e Arqueologia e do curso de Ciências Biológicas da UEG, em colaboração com pesquisadores de outras instituições nacionais.
Segundo a pesquisadora, a identificação de novas espécies vai além do conhecimento acadêmico.
“Descobrir novas espécies é fundamental para compreendermos a biodiversidade e conservarmos a natureza. Ao identificar e descrever uma nova espécie, a ciência amplia nosso entendimento sobre os ecossistemas e como os seres vivos se adaptam aos mais diversos ambientes.”
A Jacquemontia verae foi encontrada em uma área de Cerrado rupestre, ambiente que sofre intensa pressão ambiental. O dado acende um alerta para a necessidade de políticas públicas voltadas à conservação, proteção territorial e uso sustentável dessas áreas sensíveis.
Jabuticabeiras: ciência aplicada à economia rural
Outra frente de destaque envolve o mapeamento genético e morfológico das jabuticabeiras no município de Hidrolândia, responsável por aproximadamente 98,5% da produção estadual da fruta. A pesquisa é realizada por docentes da UEG em parceria com a Emater Goiás.
Os pesquisadores Plauto Simão de Carvalho e Sabrina do Couto de Miranda explicam que o projeto está na fase de coleta de material botânico em diversas propriedades rurais, etapa fundamental para a análise detalhada das plantas.
“Estamos na fase de coleta de material botânico em diversas propriedades e desenvolvendo um banco de dados detalhado com características morfológicas e genéticas, que facilitará futuras pesquisas e o manejo das plantações”, explicam.
O estudo contribui diretamente para práticas agrícolas mais sustentáveis, certificação da produção local e fortalecimento da cadeia produtiva da jabuticaba, beneficiando produtores rurais e a biodiversidade goiana.
Frutíferas nativas e geração de renda
Além dessas pesquisas, outros projetos apoiados por chamadas públicas avançaram ao longo de 2025. Entre eles, estudos voltados à conservação e ao potencial econômico de frutíferas nativas do Cerrado, como cagaiteiras e gabirobeiras.
As pesquisas têm foco especial na geração de renda para agricultores familiares, especialmente na região do Vale do São Patrício, promovendo o uso sustentável da biodiversidade aliada ao desenvolvimento local.
Ciência como aliada do futuro do Cerrado
As ações da UEG reforçam que a ciência é uma aliada fundamental na preservação do Cerrado. Ao unir pesquisa, sustentabilidade e impacto social, os estudos ajudam a proteger um dos biomas mais ricos e ameaçados do Brasil, ao mesmo tempo em que criam oportunidades econômicas e fortalecem comunidades locais.


