Fenômeno atinge o auge entre sábado (13) e domingo (14), com guia especial do Observatório Nacional para ajudar os brasileiros a observar o espetáculo.
A chuva de meteoros mais intensa do ano já começou a surgir no céu do Brasil. Conhecidas como Gemínidas, elas recebem esse nome por parecerem vir da constelação de Gêmeos e são reconhecidas como uma das chuvas mais brilhantes e abundantes observáveis em todo o mundo.
A temporada de 2025 fica ativa de 11 a 16 de dezembro, com auge previsto para a madrugada de sábado (13) para domingo (14). As informações fazem parte de um guia elaborado pelo Dr. Gabriel Hickel, professor da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) e parceiro do Observatório Nacional (ON) no programa O Céu em Sua Casa.
Geminidas ou Geminídeos? Os dois estão certos
O Observatório Nacional usa o nome “as Gemínidas”, já que o termo popular “estrelas cadentes” corresponde, na astronomia, a meteoros.
O Dr. Gabriel explica que a grafia “geminídeos” também está correta, pois o aportuguesamento do latim permite as duas formas. “No fundo, todos estão certos”, afirma.
Quando observar
De acordo com o professor Gabriel, o melhor horário é entre 22h e o amanhecer, sempre considerando a proteção contra o brilho da Lua, que tende a ofuscar parte dos meteoros mais fracos — justamente os mais numerosos.
Melhores horários no Brasil (horário de Brasília):
- 11, 12 e 13 de dezembro: entre 22h30 e meia-noite, quando a Lua ainda está baixa.
- 14 e 15 de dezembro: entre 22h20 e 02h, com a Lua mais discreta no céu.
- Pico oficial: 05h da manhã do dia 14, mas com janela larga de atividade — quase 12 horas de duração.
Embora a melhor visibilidade global este ano ocorra no leste da América do Norte e Caribe, o Brasil ainda terá boas oportunidades, especialmente em locais escuros e com céu limpo.
Como observar as Gemínidas
O espetáculo não exige equipamentos. Para aproveitar ao máximo:
- procure um lugar escuro, longe da poluição luminosa;
- evite olhar diretamente para a Lua;
- deite-se e observe uma área ampla do céu;
- mantenha os olhos em direção às Três Marias, deixando a visão periférica trabalhar;
- aguarde 15 minutos para que os olhos se adaptem à escuridão;
- observe por pelo menos uma hora;
- tenha paciência — não é um show contínuo como fogos de artifício.
Por que essa chuva é especial?
Diferente da maioria das chuvas de meteoros, que vêm de fragmentos de cometas, as Gemínidas têm origem no asteroide 3200 Faetonte, um corpo rochoso de cerca de 6 km — possivelmente o núcleo “aposentado” de um antigo cometa.
Há evidências de que Faetonte libera poeira quando passa perto do Sol, criando a trilha de partículas que a Terra cruza todos os anos em dezembro.
As Gemínidas:
- entram na atmosfera a 35 km/s;
- são relativamente lentas e deixam rastros longos;
- apresentam coloração amarela intensa, mas também há registros de verde e laranja;
- podem gerar meteoros extremamente brilhantes, com divisões e nuvens de ionização.
Por cruzarem a órbita terrestre, os fragmentos do grupo de asteroides Apolo incluem objetos que já ofereceram riscos ao planeta, como o meteoro de Chelyabinsk (2013).
Por isso, esta é considerada uma das chuvas mais “intensas e relevantes” para observadores e pesquisadores.
Origem do termo “chuva de meteoros”
A expressão se popularizou após a noite histórica de 12 de novembro de 1833, quando a chuva Leônidas gerou quase mil meteoros por minuto no céu da América do Norte.
Embora as Gemínidas não atinjam esse nível extremo, continuam sendo uma das chuvas anuais mais consistentes e impressionantes.


