Pesquisa da Fiocruz cria método in vitro mais rápido, ético e eficiente para avaliar antivenenos contra picadas de serpentes do gênero Bothrops
Um avanço científico brasileiro está ganhando reconhecimento internacional. Um estudo desenvolvido pelo Instituto Nacional de Controle da Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz) criou um método alternativo que substitui o uso de camundongos nos testes de antivenenos, trazendo uma nova era para o controle de qualidade desses medicamentos.
O novo ensaio utiliza tecnologia in vitro, eliminando a necessidade de expor animais a procedimentos dolorosos e demorados. Além de mais ético, o método é mais rápido, econômico e eficaz, com resultados obtidos em cerca de uma semana — enquanto o modelo tradicional pode levar meses.
A inovação foi reconhecida por instituições internacionais, como o Centro Nacional para a Substituição, Refinamento e Redução de Animais em Pesquisa (NC3Rs), do Reino Unido, e recebeu um prêmio de destaque pela contribuição científica e humanitária.
O método foi desenvolvido inicialmente para testar antivenenos contra picadas de serpentes do gênero Bothrops — conhecidas popularmente como jararacas —, responsáveis por cerca de 90% dos casos de envenenamento por serpentes no Brasil.
Segundo os pesquisadores, o próximo passo é expandir a aplicação do método para outros tipos de serpentes e disseminar o modelo em reuniões com produtores e especialistas internacionais, promovendo um padrão mais ético e sustentável em pesquisas biomédicas.
A iniciativa reforça o protagonismo da ciência brasileira no desenvolvimento de tecnologias que unem inovação, eficiência e respeito à vida animal, colocando o país entre os líderes mundiais em práticas de substituição de modelos com animais.


