Após mais de dez dias de fogo, a chegada das chuvas foi decisiva para conter os incêndios que atingiram mais de 111 mil hectares no Cerrado goiano.
As chuvas que caíram nos últimos dias sobre a região da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, trouxeram alívio e esperança. Depois de mais de dez dias de combate intenso, os incêndios que atingiram áreas de grande valor ambiental e turístico foram praticamente extintos.
De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o fogo destruiu cerca de 111.720 hectares — uma área equivalente a mais de 100 mil campos de futebol. Somente dentro do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, 900 hectares foram afetados pelas chamas.
“No momento, apenas um foco permanece ativo, na região de Procópia, no Território Kalunga, onde as equipes seguem em combate. Os demais focos foram extintos e continuam sob monitoramento para evitar qualquer reignição”, informou o ICMBio em nota oficial.
Um dos incêndios teve início nas proximidades do povoado Cormari e chegou a atingir os limites do parque, exigindo ação imediata e reforço no efetivo para conter a propagação.
A operação de combate envolveu 211 profissionais, entre brigadistas e servidores do Ibama/Prevfogo, ICMBio, Rede Contra Fogo, Brivac, Brigada de São Jorge e Brigada Cerrado em Pé.
Impactos e recuperação
Os incêndios na Chapada dos Veadeiros têm se tornado recorrentes durante o período de seca, afetando não apenas a vegetação nativa do Cerrado, mas também espécies ameaçadas, nascentes e áreas de visitação turística.
Especialistas destacam que as chuvas recentes foram fundamentais para conter o avanço do fogo e permitir o início da regeneração natural da vegetação. Ainda assim, o monitoramento será mantido até que o risco de reignição seja totalmente eliminado.
A Chapada dos Veadeiros é uma das regiões mais ricas em biodiversidade do Brasil, reconhecida como Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco, e recebe visitantes de todo o país atraídos por suas cachoeiras, trilhas e paisagens únicas.
