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segunda-feira, agosto 11, 2025
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“Cenário não é bom”, alertam especialistas após primeira semana do tarifaço dos EUA sobre produtos brasileiros

Sobretaxa de 50% afeta US$ 14,5 bilhões em exportações brasileiras e preocupa setores, especialmente de produtos perecíveis.

Entrou em vigor na última quarta-feira (6) o tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que aplica uma sobretaxa de 50% sobre diversos produtos brasileiros exportados para o país. Os primeiros dados oficiais do impacto da taxação serão divulgados nesta segunda-feira (11), mas especialistas já demonstram preocupação com o cenário.

O presidente-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, afirmou que, mesmo sem dados completos, “o cenário não é bom”. A tarifa atinge cerca de 36% das exportações brasileiras aos EUA, correspondendo a US$ 14,5 bilhões em 2024. Na última semana de julho, já foi registrada uma diminuição na média das exportações para os EUA, indicando um impacto imediato da medida.

Setores com produtos perecíveis, como peixes, frutas e mel, são os mais vulneráveis no primeiro momento, uma vez que o estoque desses itens pode ficar represado devido à alta da tarifa.

Para mitigar os efeitos, o governo federal trabalha em um plano de contingência que deve ser apresentado ainda nesta semana. A estratégia inclui apoio a pequenas e médias empresas com linhas de crédito, adiamento de tributos e compras públicas de mercadorias perecíveis.

A economista Carla Beni, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ressalta que “o peso do problema será o peso do Estado para resolvê-lo”. Ela destaca uma análise da revista britânica The Economist, que classificou as tarifas como “mais ameaça do que impacto real”.

Já o economista Robson Gonçalves, também da FGV, defende que as medidas precisam ser alinhadas e eficazes para amparar empresas realmente afetadas pela sobretaxa. Para ele, o Brasil carece de uma política de comércio exterior forte e articulada, e a atual situação exige rapidez na discussão de uma agenda de diversificação e intensificação econômica para enfrentar o desafio.

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