Eles chamaram atenção do mundo ao serem apresentados como não-humanos, mas especialistas apontam uma história bem diferente — e mais terrena do que se imagina.
Corpos que chocaram o Congresso
Em setembro de 2023, o Congresso do México foi palco de uma apresentação inusitada: dois corpos mumificados com aparência humanóide, pequenos, com crânios alongados e apenas três dedos nas mãos e nos pés. A exibição foi feita pelo jornalista e ufólogo Jaime Maussan, que afirmou se tratar de seres não humanos com mais de 1.000 anos de idade.
O caso viralizou imediatamente. Vídeos circularam nas redes, manchetes internacionais pipocaram e muitas pessoas se perguntaram: seriam finalmente provas de vida extraterrestre?
O que os exames revelaram
De acordo com Maussan, os corpos foram encontrados no Peru, na região de Nazca, e foram analisados por universidades e laboratórios. Ele afirma que testes de DNA e raios-X indicaram que os seres seriam “diferentes de qualquer coisa conhecida”. Contudo, nenhum dos laudos apresentados passou por validação científica internacional ou revisão por pares — critérios essenciais em qualquer descoberta científica legítima.

Outros exames, realizados de forma independente, sugerem que os corpos foram construídos com partes de ossos humanos e animais, provavelmente com finalidade ritual ou até para fins de falsificação. Algumas análises indicaram a presença de materiais metálicos implantados, o que gerou ainda mais teorias, mas sem conclusões definitivas.
Posição oficial do Peru
O governo peruano reagiu de forma firme, afirmando que os corpos pertencem ao patrimônio arqueológico do país e que foram levados ilegalmente. Pesquisadores peruanos denunciaram que se tratam de múmias humanas pré-colombianas adulteradas. A Promotoria do Peru chegou a abrir uma investigação para apurar o caso.
Por que ainda acreditamos?
Mesmo sem provas científicas concretas, o episódio mexe com o imaginário popular. De tempos em tempos, casos assim surgem — e mostram o quanto o ser humano deseja acreditar no desconhecido. Para muitos, o fascínio por vida extraterrestre mistura ciência, ficção, espiritualidade e até ceticismo com as instituições.
O episódio dos corpos no México se junta a outros casos clássicos de mistério e desinformação: das “autópsias alienígenas” dos anos 90 aos balões espiões confundidos com OVNIs em pleno século 21.
O papel da mídia e da ciência
A repercussão do caso reacendeu discussões sobre o papel da imprensa na divulgação de conteúdos sensacionalistas, a necessidade de alfabetização científica e o cuidado ao apresentar informações que envolvem descobertas extraordinárias.
Por enquanto, não há qualquer evidência confiável de que os corpos apresentados sejam extraterrestres. O mais provável é que se tratem de uma combinação de restos arqueológicos e má interpretação — ou manipulação.
Conclusão
O caso dos corpos “não-humanos” no México é um lembrete poderoso: quando o assunto é ciência, extraordinárias são as evidências que precisamos exigir. Mesmo assim, não há mal em manter a mente aberta — desde que o olhar também seja crítico.