Enquanto o mercado insiste em mirar nos jovens, o maior público consumidor de imóveis da próxima década já tem cabelos grisalhos — e sabe exatamente o que quer: conforto, acessibilidade e autonomia.
Por muito tempo, o mercado imobiliário brasileiro focou sua atenção em jovens adultos: apartamentos compactos, áreas de lazer com coworking, fachadas modernas e muitas escadas. Mas e se o público mais promissor não tiver 25, e sim 70 anos?
Com o envelhecimento acelerado da população brasileira, uma nova realidade começa a se impor: os idosos não apenas crescem em número, como também em poder de consumo. Segundo o IBGE, o Brasil já tem mais de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Até 2050, esse número deve mais que dobrar, alcançando cerca de 70 milhões de idosos — ou quase um terço da população.
E eles não querem mais depender de ninguém. Estão vivendo mais, com mais autonomia, mais renda acumulada e mais exigência. Estão dispostos a pagar por conforto, acessibilidade e segurança — mas encontram um mercado ainda despreparado para recebê-los.
A juventude não compra, os idosos sim
Enquanto boa parte dos jovens ainda vive com os pais ou enfrenta a alta dos aluguéis e dos financiamentos, os idosos estão comprando à vista. Eles buscam imóveis com elevador, sem escadas, com banheiros adaptados, boa ventilação, proximidade de serviços e, de preferência, com espaços tranquilos — longe do barulho e da pressa.
Mesmo assim, muitos empreendimentos continuam apostando em conceitos jovens, minimalistas e “instagramáveis”, sem perceber que o público mais fiel e financeiramente preparado está em outra fase da vida — e tem outras prioridades.
Uma tendência que é realidade
Nos Estados Unidos, Japão e países da Europa, o mercado de moradia para idosos já movimenta bilhões. No Brasil, ainda engatinhamos nessa direção, mas o alerta está dado: quem sair na frente, vence. Afinal, o futuro do mercado imobiliário não tem 30 anos. Tem 70 — e paga à vista.
por GT Notícias – Goiás Tocantins Notícias