Ator estreia em superprodução americana sem perder identidade e concilia o blockbuster com novo projeto autoral baseado em Machado de Assis.
Selton Mello volta a chamar atenção do cinema internacional ao integrar o elenco de Anaconda, reboot do clássico de 1997 que marca uma nova fase na carreira do ator brasileiro. Diferente de participações pontuais comuns em Hollywood, Selton surge em um papel com espaço real na narrativa, sem abrir mão de sua personalidade artística.
No filme dirigido por Tom Gormican, Selton interpreta Carlos Santiago, um guia local ligado à Amazônia e tutor de uma cobra gigante chamada Heitor. A construção do personagem foge de estereótipos fáceis e aposta no humor inteligente, na presença de cena e na liberdade de improvisação — características já conhecidas do ator no cinema brasileiro.
A trama acompanha Doug (Jack Black) e Griff (Paul Rudd), dois produtores que tentam refilmar Anaconda e acabam enfrentando uma cobra real, em um enredo que mistura ação, comédia e terror, além de brincar com a própria lógica da indústria cinematográfica. Nesse cenário caótico, Selton Mello funciona como ponto de equilíbrio, trazendo carisma e ritmo próprio à produção.
Gravado na Austrália, Anaconda é uma produção da Columbia Pictures/Sony Pictures. O filme teve pré-estreia no Cine Odeon, no Rio de Janeiro, no dia 17 de dezembro, e chega oficialmente aos cinemas brasileiros em 25 de dezembro, reforçando o calendário de estreias no fim do ano.
Em entrevistas, Selton destacou o impacto da experiência internacional:
“Filmando em outra língua, em outro continente. Novos colegas extraordinários como Jack Black e Paul Rudd.”
A recepção inicial do filme dividiu opiniões, mas o desempenho do ator brasileiro se destacou. Análises críticas apontam que seu carisma se mantém mesmo quando o tom cômico da obra se torna exagerado. O próprio diretor Tom Gormican descreveu Selton como um “encaixe perfeito” para a proposta metalinguística do filme.

Paralelamente à estreia internacional, Selton Mello reafirma sua conexão com o cinema autoral brasileiro. O ator dirige e protagoniza O Alienista, adaptação do clássico de Machado de Assis, produzida pela Conspiração Filmes. Anunciado em dezembro de 2025, o projeto ainda não tem data de estreia, mas promete abordar temas como ciência, saúde mental e poder, reforçando o diálogo entre literatura e cinema nacional.
No conjunto, Anaconda funciona como vitrine internacional e ponto de conexão. A presença de Selton Mello em Hollywood amplia caminhos para o cinema brasileiro no exterior, sem abrir mão da identidade cultural que marca sua trajetória.


