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Paciente cego volta a enxergar com córnea impressa em 3D pela primeira vez

Avanço histórico em Israel inaugura nova era na medicina regenerativa e promete ampliar o acesso ao transplante de córnea no mundo.

A medicina regenerativa acaba de registrar um marco que promete transformar o futuro dos transplantes. Um paciente legalmente cego voltou a enxergar após receber uma córnea totalmente impressa em 3D, em um procedimento inédito realizado no Rambam Eye Institute, em Haifa, Israel, em parceria com a Precise Bio, empresa especializada em biofabricação.

O resultado bem-sucedido abre caminho para uma revolução na área, especialmente para pacientes que dependem de transplante de córnea, mas enfrentam longas filas de espera em diversos países. Isso porque o novo método dispensa doadores tradicionais e utiliza implantes criados em laboratório a partir de células humanas cultivadas.

Por que isso importa

Apesar da taxa de sucesso dos transplantes convencionais chegar a 97%, a oferta desigual de córneas ainda é um desafio global. Em algumas regiões, a espera por um transplante pode durar anos devido à falta de doadores e infraestrutura médica adequada.

Com a impressão 3D, essa realidade começa a mudar. A partir de apenas uma córnea saudável, pesquisadores conseguiram cultivar material suficiente para produzir cerca de 300 implantes — multiplicando a disponibilidade e ampliando drasticamente o acesso ao tratamento.

Além disso, a técnica permite padronização e produção em escala, algo impossível no modelo tradicional, garantindo implantes mais uniformes e um processo de distribuição mais eficiente.

Como funciona a córnea impressa em 3D

A córnea é a responsável por permitir a entrada de luz no olho e garantir uma visão nítida. Quando sofre danos por traumas, infecções ou doenças hereditárias, pode causar baixa visão ou cegueira.

A nova técnica utiliza células humanas cultivadas em laboratório, organizadas por bioimpressão camada por camada para formar um tecido biológico compatível com o olho humano. O implante, ao ser colocado no paciente, se integra ao organismo e restaura a função visual.

Esse modelo também elimina riscos associados a variações entre tecidos de diferentes doadores, garantindo maior previsibilidade no processo cirúrgico.

Da ideia ao marco histórico

A impressão de córneas começou a ganhar forma em 2018, quando pesquisadores da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, apresentaram o primeiro protótipo. Desde então, a tecnologia evoluiu de forma significativa.

A Precise Bio dedicou mais de uma década a otimizar as etapas de cultivo celular, impressão e integração biológica. O procedimento bem-sucedido em Israel representa, até agora, o estágio mais avançado de aplicação dessa técnica no mundo.

O que vem pela frente

Além das córneas, o sistema desenvolvido pela equipe pode abrir portas para a produção de outros tecidos capazes de revolucionar a medicina, como:

  • tecido cardíaco;
  • células do fígado;
  • células renais.

Essas aplicações ainda dependem de longos estudos clínicos e regulamentações, mas especialistas consideram que estamos diante de uma possível nova fronteira para o tratamento de doenças graves, especialmente em países que enfrentam escassez de órgãos para transplante.

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