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‘Ano novo, vida nova’: especialistas explicam por que metas falham e como aumentar as chances de cumpri-las em 2026

Psicólogos e médicos alertam que objetivos irreais, comparação social e excesso de cobrança são os principais vilões das resoluções de Ano Novo — e indicam caminhos mais sustentáveis para mudar hábitos.

Com a chegada de um novo ano, renova-se também o desejo de mudança. Emagrecer, trocar de emprego, economizar dinheiro, praticar exercícios ou adotar uma rotina mais saudável estão entre as resoluções mais comuns. Mas, apesar da boa intenção, a maioria dessas metas não sai do papel.

Um estudo da Universidade de Scranton, nos Estados Unidos, aponta que apenas 8% das pessoas conseguem cumprir as resoluções de Ano Novo. A desistência costuma acontecer ainda nos primeiros meses, principalmente quando os objetivos são irreais, rígidos ou baseados em expectativas externas.

Segundo Jonia Lacerda Felicio, coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade BP, estabelecer metas e rituais de recomeço tem valor simbólico e emocional importante.

“Esses momentos funcionam como uma conversa consigo mesmo. Eles ajudam a dar sentido, direção e propósito, além de favorecer o autoconhecimento”, explica.

O problema surge quando a meta deixa de dialogar com a realidade da pessoa e passa a ser uma fonte de frustração.

Metas precisam fazer sentido — e caber na vida real

Para a psicóloga Ana Karazin, do Espaço Einstein Bem-Estar e Saúde Mental, metas eficazes são aquelas que respeitam o momento de vida de cada indivíduo.

“Metas bem definidas aumentam a sensação de propósito e motivação. Já metas rígidas ou irreais geram culpa, autocrítica e sensação de fracasso”, afirma.

Ela destaca três princípios essenciais para definir objetivos mais sustentáveis:

  • Conectar a meta aos valores pessoais, e não à comparação social
  • Ser específico, mas flexível, permitindo ajustes ao longo do caminho
  • Definir poucas prioridades, evitando sobrecarga mental

Já o médico Arthur H. Danila, coordenador do Programa de Mudança de Hábito e Estilo de Vida do IPq-FMUSP, alerta que metas mal formuladas podem impactar negativamente a saúde mental.

“Quando vêm da comparação com os outros ou de expectativas irreais, elas alimentam ansiedade e insatisfação constante”, diz.

11 estratégias para aumentar as chances de cumprir suas resoluções

Especialistas reuniram práticas simples e eficazes para transformar metas em ações possíveis no dia a dia:

  1. Transforme metas em rotinas
    Vincular o novo hábito a algo que você já faz reduz o esforço mental.
  2. Comece com passos pequenos
    Metas grandes demais aumentam a chance de adiamento.
  3. Prepare o ambiente a seu favor
    Organização e estímulos visuais influenciam diretamente o comportamento.
  4. Antecipe obstáculos
    Pensar em alternativas evita desistências diante das primeiras dificuldades.
  5. Monitore o progresso
    Visualizar avanços reforça a sensação de conquista.
  6. Evite a lógica do “tudo ou nada”
    Fazer menos ainda é melhor do que não fazer nada.
  7. Revise metas quando necessário
    Ajustar objetivos é sinal de consciência, não de fracasso.
  8. Busque apoio social
    Compartilhar metas aumenta o comprometimento e a motivação.
  9. Evite comparações
    Redes sociais mostram recortes irreais da vida alheia.
  10. Cuide dos pilares básicos da saúde
    Sono, alimentação, descanso e relações são a base de qualquer mudança.
  11. Pratique a autocompaixão
    Errar faz parte do processo; desistir não precisa ser a consequência.

“Força de vontade não compensa um corpo exausto”, resume Danila.
“Autocuidado básico não é luxo, é infraestrutura para qualquer mudança.”

Mais intenção, menos cobrança

Para os especialistas, o Ano Novo não deve ser encarado como um ponto de cobrança, mas como um convite à reflexão.

“Metas não precisam ser grandiosas. Às vezes, o maior objetivo é viver com mais equilíbrio e coerência com quem se é naquele momento da vida”, conclui Ana Karazin.

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