Termo busca explicar pessoas que não se identificam nem como introvertidas, nem como extrovertidas
Um novo conceito vem chamando atenção no campo da psiquiatria e despertando curiosidade em todo o mundo: a “otroversão”, ou a personalidade dos chamados “otrovertidos”. O termo foi cunhado pelo psiquiatra Rami Kaminski, com a proposta de identificar indivíduos que não se enquadram nem como introvertidos (reservados, voltados para dentro), nem como extrovertidos (sociáveis e expansivos).
De acordo com Kaminski, os otrovertidos se sentem deslocados das normas sociais tradicionais, não se encaixam em grupos e não sincronizam naturalmente com as emoções coletivas. Ao invés disso, preferem interações mais profundas em pequenos círculos, preservam sua independência emocional e valorizam fortemente a autenticidade.
Entre as características mais citadas estão:
- preferência por conversas e vínculos individuais, ao invés de grandes grupos;
- desconforto com regras de pertencimento social;
- originalidade e pensamento independente;
- maior resistência à pressão para se conformar;
- busca por conexões genuínas, mesmo que em menor número.
Personalidades históricas e críticas
Para ilustrar o perfil, defensores do conceito citam figuras como Frida Kahlo, Albert Einstein e Franz Kafka, que não se ajustavam facilmente às categorias sociais da época, mas contribuíram de forma marcante com sua visão de mundo singular.
Apesar do interesse popular, especialistas lembram que a otroversion ainda não é um conceito científico consolidado. Não há estudos robustos revisados por pares que confirmem sua validade como traço psicológico oficial, o que leva alguns profissionais a tratarem a ideia com cautela. Há quem defenda que o termo pode se sobrepor a perfis já conhecidos, como os ambivertidos (pessoas que transitam entre introversão e extroversão) ou mesmo refletir questões culturais e emocionais mais amplas.
Relevância atual
Independentemente das críticas, a popularização do termo revela uma necessidade crescente de compreender identidades mais diversas e flexíveis. Afinal, muitos indivíduos relatam não se sentirem representados pelas categorias tradicionais, e conceitos como o da otroversão podem abrir espaço para novos debates sobre comportamento, saúde mental e relações sociais.