Novo mapa climático revela avanço da desertificação no país
Pela primeira vez, o Brasil passa a registrar áreas classificadas como áridas, com clima semelhante ao de desertos. A constatação vem de uma nota técnica do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que analisaram dados dos últimos 30 anos.
O levantamento, entregue ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, indica que a aridez atinge patamares inéditos, ampliando o risco de desertificação — especialmente na região norte da Bahia.
“A gente nunca tinha visto isso antes. Essa é a primeira vez que o mapa climático mostra áreas áridas no Brasil”, destacaram os pesquisadores.
Como funciona o cálculo
O índice de aridez é definido pela UNCCD (Convenção da ONU para o Combate à Desertificação). Ele considera a média de chuvas ao longo de 30 anos e a evaporação potencial da água no solo.
Quanto maior a aridez, menor é a disponibilidade hídrica e maior o risco de degradação.
Causas e impactos
Entre os principais fatores apontados estão:
- Mudanças climáticas globais, que elevam as temperaturas e aceleram a evaporação da água.
- Degradação do solo, intensificada por desmatamento, queimadas e uso inadequado da terra.
Atualmente, o Brasil possui 1.427 municípios classificados como semiárido, distribuídos em nove estados do Nordeste, além de Minas Gerais e Espírito Santo. Agora, a inclusão de áreas áridas revela um cenário ainda mais preocupante para a sustentabilidade ambiental e hídrica do país.