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quarta-feira, outubro 15, 2025
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“É roça mas é sabedoria”: expressões que só quem é do interior entende

Ditados e frases populares carregam ensinamentos do povo do campo e seguem vivos no cotidiano de Goiás, Tocantins e em todo o Cerrado brasileiro.

Você provavelmente já ouviu uma dessas frases:
“Quem planta chuva, colhe lama.”
“Fulano é manso igual água de pote.”
“Vai nessa pressa toda, vai chegar antes do acontecido.”

Essas expressões fazem parte do vocabulário popular do interior de Goiás e Tocantins — uma forma de sabedoria que passa de geração em geração, com raízes na roça, no dia a dia simples e no olhar atento sobre a vida e a natureza.

Mais do que ditados engraçados, esses dizeres guardam ensinamentos práticos e filosóficos. Em poucas palavras, explicam conceitos de paciência, respeito ao tempo das coisas, prudência e até senso de justiça. É como se o povo do campo traduzisse a vida em poesia oral.

Confira algumas expressões típicas da sabedoria popular do Cerrado:

🔹 “Quem planta chuva, colhe lama.”
Significa que decisões apressadas ou mal pensadas têm consequências inevitáveis.

🔹 “Manso igual água de pote.”
Diz-se de alguém calmo, que não perde a paciência fácil. Água de pote é aquela fresca, quieta, que não balança.

🔹 “Pega nada não, amanhã é dia de novo.”
Uma forma positiva de dizer que todo dia é uma nova chance.

🔹 “Mais perdido que cebola em salada de fruta.”
Alguém deslocado, fora de contexto, sem saber onde está.

🔹 “Quem não aguenta com o pote, não pega na alça.”
Só prometa o que pode cumprir. E saiba o peso da responsabilidade antes de assumi-la.

🔹 “Tá mais enfeitado que jumento em dia de feira.”
Alguém exageradamente arrumado ou vestido com muitas cores.

Essa forma de falar, marcada por criatividade e crítica bem-humorada, ainda é muito viva no interior. Em cidades como Pirenópolis, Arraias, Cavalcante, Natividade, Jaraguá e tantas outras, é comum ouvir esses ditados em conversas entre vizinhos, feiras, reuniões de família e até nas rádios locais.

A sabedoria popular do Cerrado é também uma forma de resistência cultural, uma memória viva da oralidade brasileira. Em tempos de redes sociais e falas rápidas, vale a pena lembrar que “quem muito fala, pouco escuta” — e que ouvir o povo é sempre uma boa ideia.

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