Especialistas alertam para os perigos de apressar o desenvolvimento infantil e reforçam o papel do brincar, da escuta e do afeto na primeira infância.
A infância é uma fase única, marcada por descobertas, brincadeiras, aprendizados e vínculos que formam a base da vida adulta. Mas, mesmo com tantos avanços no entendimento sobre o desenvolvimento humano, ainda é comum ver crianças tratadas como miniadultos. Seja nas exigências do desempenho escolar, na falta de tempo para brincar ou na sobrecarga de compromissos, o ritmo natural da infância vem sendo desrespeitado.
A primeira infância – período que vai do nascimento até os seis anos de idade – é essencial para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social. É nessa fase que o cérebro está em pleno desenvolvimento, e as experiências vividas moldam a forma como a criança vai lidar com o mundo.
Brincar não é perda de tempo. Pelo contrário: é uma necessidade vital para a criança aprender a se expressar, resolver problemas, lidar com frustrações e desenvolver a criatividade. Além disso, a construção de vínculos afetivos sólidos, o direito de sentir, de ser ouvida e respeitada, são pilares para uma infância saudável.
A antecipação de responsabilidades, a imposição de padrões adultos e a falta de escuta contribuem para o aumento de problemas emocionais, como ansiedade e estresse, cada vez mais comuns em crianças.
Permitir que a criança seja criança é um gesto de cuidado, de compromisso com o presente e com o futuro. É garantir que ela cresça com saúde, autoestima e vontade de aprender.