Doença grave e irreversível, antes vista em fábricas de alimentos, volta a assustar com casos ligados ao vaping
Você já ouviu falar na expressão “pulmão de pipoca”?
O termo curioso esconde uma condição médica grave, rara e sem cura: a bronquiolite obliterante. E ela voltou a ganhar os holofotes após o caso recente de um adolescente norte-americano que desenvolveu a doença depois de usar cigarros eletrônicos por três anos em segredo.
O nome popular surgiu nos anos 2000, quando trabalhadores de uma fábrica de pipoca de micro-ondas foram expostos a uma substância chamada diacetil — um aromatizante com cheiro amanteigado que, quando inalado, causava sérios danos às vias respiratórias.
O problema? Essa mesma substância (ou seus substitutos perigosos) ainda aparece em muitos vaporizadores modernos, usados com frequência por adolescentes e jovens adultos atraídos pelos sabores adocicados como algodão-doce, manga e chiclete.
Os riscos invisíveis do vapor
Embora pareçam inofensivos, os vapores inalados de cigarros eletrônicos podem conter mais de 180 compostos químicos, muitos deles sem qualquer teste quanto à segurança respiratória. Quando aquecidos, formam subprodutos potencialmente tóxicos, como formaldeído, acetaldeído e até ceteno, presente em casos fatais da crise de EVALI, nos EUA.
O mais preocupante é que não há cura para o pulmão de pipoca. Uma vez instalados os danos, resta apenas controlar os sintomas, que incluem tosse persistente, falta de ar, chiado no peito e fadiga. Em casos graves, a única saída é o transplante de pulmão.
Vaporização não é brincadeira
Estudos recentes mostram que adolescentes usuários de vaping relatam mais sintomas respiratórios, mesmo sem serem fumantes tradicionais. E o maior risco está exatamente na falsa sensação de segurança: produtos com visual moderno e sabor frutado escondem um coquetel químico inalado diretamente pelos pulmões.
Assim como se reformularam as normas nas fábricas de pipoca, é urgente que se repense a regulação da indústria de vaporizadores, especialmente para proteger os jovens.
Enquanto isso, vale lembrar: o que parece inofensivo, pode deixar marcas para toda a vida.
por GT Notícias – Goiás Tocantins Notícias