Cobrados como jovens, tratados como velhos, os brasileiros de 40 e poucos anos enfrentam exaustão, invisibilidade e pressão por resultados — mas também podem ser a geração da virada.
Eles já viveram o tempo da fita cassete, do disquete, do Orkut, do WhatsApp e agora convivem com a inteligência artificial. São os brasileiros que têm entre 40 e 49 anos — a chamada geração 40+, uma faixa etária que parece ter se tornado invisível no debate público, no mercado de trabalho e até no consumo.
Ao mesmo tempo em que são cobrados a acompanhar as tendências, manter a aparência jovem e dominar o digital, são tratados como ultrapassados nas seleções de emprego, ignorados em campanhas publicitárias e deixados de fora de muitas conversas sobre futuro.
Cansaço invisível
A maioria dos 40+ já acumulou muitas experiências — na família, no trabalho, nos boletos, nas perdas e nos recomeços. Ainda assim, muitos relatam sentir uma exaustão silenciosa, pois vivem sob a expectativa de que “já deviam ter dado certo”, mesmo em meio a crises econômicas, mudanças de carreira forçadas e novos desafios familiares.
Essa geração cresceu com promessas de estabilidade e sucesso, mas hoje lida com a sobreposição de papéis: cuidar dos filhos, ajudar os pais idosos, sustentar a casa e ainda encontrar tempo para si.
Geração offline, mas nem tanto
Engana-se quem acha que os 40+ estão fora do digital. Eles usam redes sociais, fazem compras online, consomem conteúdo e produzem opinião. Mas também valorizam o presencial, o olho no olho, e muitas vezes não se sentem representados no ritmo hiperconectado das novas gerações.
Consumo ignorado
Apesar de concentrarem grande parte da renda ativa do país, os 40+ são frequentemente ignorados pela publicidade e pelas marcas. Muitos produtos e campanhas miram os jovens ou os idosos, como se quem está no meio do caminho tivesse parado de existir.
Não subestime os 40+
É exatamente nessa faixa etária que muita gente começa a virar o jogo: empreende, muda de área, reencontra a autoestima, redescobre o amor ou encara a vida com mais maturidade e leveza.
Longe de serem velhos ou desatualizados, os 40+ são uma geração de potência, coragem e transformação. Precisam ser ouvidos, respeitados e reconhecidos como protagonistas do agora.
por GT Notícias – Goiás Tocantins Notícias
