Em depoimento no STF, almirante Marcos Sampaio Olsen reafirma que não houve planejamento de tanques nas ruas nem ordens para impedir posse de Lula
Em audiência nesta sexta-feira (23), o comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, declarou não existir “ordem, planejamento ou mobilização de veículos blindados” para impedir o funcionamento dos poderes constitucionais. Prestando depoimento como testemunha na ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado no final de 2022, Olsen foi indicado pela defesa de Almir Garnier, ex-comandante da Marinha no governo Bolsonaro.
Conforme a denúncia aceita pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em 26 de março, Garnier faz parte do “núcleo 1” da trama golpista, ao lado de oito réus, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro, os generais Walter Braga Netto e Augusto Heleno, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. A acusação sustenta que Garnier teria colocado a Marinha à disposição de Bolsonaro para decretar estado de sítio ou operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
— “Em nenhum momento houve ordem, planejamento ou mobilização de veículos blindados para impedir os poderes constitucionais”, afirmou Olsen, que em 2022 chefiava o Comando de Operações Navais, responsável pelo emprego das tropas navais.
Perguntado pela defesa se recebera determinação para obstruir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o almirante negou também essa hipótese. “Não recebi qualquer determinação nesse sentido”, completou, lembrando que o ex-comandante Almir Garnier não participou da cerimônia de passagem de comando realizada no início de 2023.
A série de depoimentos como testemunha segue até 2 de junho. Em seguida, serão ouvidos testemunhos indicados pela acusação e pelas defesas, antes do interrogatório dos próprios réus. Ainda não há data definida para que Bolsonaro e os demais integrantes do núcleo crucial prestem seus esclarecimentos.
por GT Notícias – Goiás Tocantins Notícias