Projeto internacional vai capturar mais de 200 mil imagens por ano com o supertelescópio do Observatório Vera Rubin, no Chile
O céu do Hemisfério Sul vai ganhar um mapeamento astronômico sem precedentes, graças a um projeto internacional que contará com a participação de 170 cientistas brasileiros. O trabalho será realizado por meio de um supertelescópio de última geração, instalado no Observatório Vera C. Rubin, no Chile, que deve começar a operar nas próximas semanas e continuará por mais de dez anos.
Com uma câmera digital de 3,2 gigapixels, a maior já construída no mundo, o telescópio de 8 metros de diâmetro irá produzir mais de 200 mil imagens por ano, revelando bilhões de objetos celestes, entre estrelas, galáxias e corpos ainda pouco estudados. A estimativa é que sejam catalogadas 17 bilhões de estrelas e 20 bilhões de galáxias.

A contribuição brasileira será decisiva: o Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LIneA) vai cuidar do processamento e análise de boa parte dos dados gerados, que devem somar mais de 5 petabytes (o equivalente a mais de um milhão de gigabytes). O centro de dados será instalado no Laboratório Nacional de Computação Científica, em Petrópolis (RJ), que abriga o maior supercomputador científico do país.
“O projeto é para o futuro. Hoje, temos 170 brasileiros envolvidos, sendo 80% estudantes ou pós-docs. Amanhã, eles serão os principais pesquisadores”, afirma o coordenador do LIneA, Luiz Nicolaci da Costa.
Além de fortalecer a ciência brasileira, o projeto também oferece oportunidades únicas de intercâmbio tecnológico e formação em áreas como engenharia mecânica, ótica, eletrônica e ciência de dados.
Outro objetivo central do mapeamento é estudar a energia escura, um dos maiores mistérios do universo. A expectativa é que o projeto contribua para avanços significativos na astronomia mundial.
por GT Notícias – Goiás Tocantins Notícias