Dados do IBGE mostram que 2024 marcou o sexto ano consecutivo de queda nos nascimentos, com mães cada vez mais velhas e foco crescente em educação e carreira.
Brasil vive uma transformação demográfica histórica
O Brasil registrou, em 2024, 2,38 milhões de nascimentos — uma queda de 5,8% em relação ao ano anterior. Esse é o menor número de nascimentos das últimas décadas e confirma o sexto ano consecutivo de baixa na natalidade, segundo dados divulgados pelo IBGE.
O cenário mostra um país que passa por mudanças profundas no comportamento familiar, especialmente no perfil das mulheres que decidem ter filhos. Cada vez mais escolarizadas, inseridas no mercado de trabalho e atentas às condições econômicas, as brasileiras estão adiando a maternidade, priorizando estabilidade profissional e pessoal.
Mães mais velhas, famílias menores: o novo retrato do Brasil
Maternidade tardia é a nova regra
Em 2004, 51,7% dos nascimentos eram de mulheres com até 24 anos.
Em 2024, esse número despencou para 34,6%.
Ao mesmo tempo, cresceu a participação de mulheres com mais de 30 anos nos partos, refletindo um novo ritmo de vida e prioridades que envolvem formação acadêmica, carreira e planejamento financeiro.
Educação muda tudo
Entre mulheres com nível superior, o primeiro filho chega, em média, entre os 30 e 31 anos.
O aumento da escolaridade está diretamente ligado à redução do número de filhos e ao adiamento da maternidade.
Fatores socioeconômicos pesam na decisão
Urbanização, mercado de trabalho mais competitivo, acesso ampliado a métodos contraceptivos e instabilidade econômica são fatores que influenciam famílias a esperar mais antes de ter o primeiro bebê — ou mesmo optar por não ter filhos.
Diferenças regionais e religiosas seguem presentes
Embora a tendência seja nacional, regiões como o Norte ainda apresentam taxas mais altas de natalidade entre adolescentes.
No recorte religioso, mulheres evangélicas mantêm taxas de fecundidade maiores que católicas, espíritas e pessoas sem religião — ainda assim, todos os grupos seguem em queda.
O futuro: o que significa ter menos crianças hoje
A redução da natalidade impacta diretamente o futuro do país. Com menos jovens entrando no mercado de trabalho nas próximas décadas, o Brasil deve enfrentar desafios em áreas como:
- Previdência e aposentadoria
- Força de trabalho qualificada
- Políticas públicas para uma população mais envelhecida
Mais do que números, os dados mostram uma mudança cultural profunda: famílias menores, planejadas e alinhadas a novos estilos de vida.


