Avanço histórico do SUS marca um novo capítulo no combate ao HIV no país
O Brasil alcançou um marco histórico no enfrentamento ao HIV: zerou a transmissão do vírus de mãe para filho, resultado que coloca o país entre as nações que conseguiram eliminar a chamada transmissão vertical como problema de saúde pública. O feito foi anunciado pelo Ministério da Saúde no novo boletim epidemiológico divulgado nesta segunda-feira (1º).
A conquista chega acompanhada de outra notícia positiva: o país registrou o menor índice de mortes por Aids em 32 anos, graças à combinação de terapias modernas, diagnóstico precoce, acesso universal ao tratamento e fortalecimento das políticas públicas de prevenção.
Segundo o Ministério da Saúde, houve uma queda de 13% nos óbitos por Aids entre 2023 e 2024, representando mais de mil vidas salvas no período. O ministro Alexandre Padilha destacou que os avanços só são possíveis porque o SUS mantém acesso gratuito às tecnologias mais modernas de prevenção, diagnóstico e tratamento.
“Hoje é um dia de luta, mas também de conquista histórica. Alcançamos o menor número de mortes por Aids em 32 anos. Esse resultado só foi possível porque o SUS oferece gratuitamente tecnologias de ponta. E os avanços permitiram ao país alcançar as metas de eliminação da transmissão vertical como problema de saúde pública”, afirmou Padilha.
Queda de mortes e infecções no Brasil
Pela primeira vez em três décadas, o número de mortes por Aids ficou abaixo de 10 mil:
- 10 mil mortes em 2023
- 9,1 mil em 2024
Além disso, os novos casos da doença também diminuíram:
- 37,5 mil novos casos em 2023
- 36,9 mil em 2024
📉 Queda de 1,5%
Cenário global: desafios persistem
Apesar dos avanços brasileiros, o mundo ainda enfrenta números preocupantes:
- 40,8 milhões de pessoas vivem com HIV no planeta.
- 1,3 milhão de novas infecções ocorreram apenas em 2024.
- 9,2 milhões de pessoas ainda não têm acesso ao tratamento — realidade oposta ao modelo brasileiro de acesso universal.
Saúde materno-infantil: resultados expressivos
Entre gestantes, o Brasil registrou:
- Queda de 7,9% nos casos de HIV (7,5 mil gestantes)
- Redução de 4,2% no número de crianças expostas ao vírus (6,8 mil)
- Diminuição de 54% no início tardio da profilaxia neonatal, um indicador importante de qualidade da atenção no pré-natal e nas maternidades.
Esses avanços reforçam o papel central do SUS na proteção da saúde das mulheres e crianças no país.


