Durante palestra em São Paulo, o médico Peter Attia destacou que atividades que unem corpo e mente, como a dança, estimulam mais o cérebro e ajudam a prevenir o Alzheimer e outras doenças cognitivas.
O médico canadense Peter Attia, uma das maiores autoridades do mundo em longevidade e envelhecimento saudável, afirmou que dançar pode ser mais eficaz do que fazer palavras cruzadas ou sudoku para prevenir demência e Alzheimer.
Em palestra no evento HSM+, em São Paulo, Attia explicou que atividades físicas que envolvem movimento, planejamento e reação estimulam o cérebro de maneira muito mais ampla do que exercícios mentais isolados.
“A dança envolve mais padrões cerebrais. O objetivo é manter o cérebro o mais engajado possível, e a melhor forma de engajar o cérebro é quando você combina movimento, planejamento e reação ao mesmo tempo”, afirmou.
“Quando você faz Sudoku ou palavras cruzadas, você está usando apenas um tipo de área do cérebro. Já atividades multifacetadas exigem muito mais habilidades do corpo e da mente.”
Formado em Medicina pela Universidade de Stanford e em Cirurgia pela Johns Hopkins University, Attia é reconhecido globalmente por seus estudos sobre prevenção de doenças e longevidade. Seu livro “Outlive: A arte e a ciência de viver mais e melhor”, publicado no Brasil pela Editora Intrínseca, tornou-se um best-seller mundial. Ele também é autor de um podcast e de uma newsletter com grande audiência internacional.
Durante sua fala, Attia destacou que esportes que exigem coordenação e tomada de decisão — como tênis, vôlei ou futebol — também trazem benefícios cognitivos superiores aos de atividades repetitivas, como corrida ou caminhada.
“Um esporte com raquete é um ótimo exemplo de algo que pode ser até melhor do que correr. Quando você joga tênis, precisa reagir rapidamente, se mover e decidir o tempo todo. Isso engaja o cérebro de maneira mais completa”, explicou.
Além da dança, o médico lembrou que dormir bem e manter a pressão arterial sob controle são pilares fundamentais para preservar a saúde do cérebro.
Por que dançar faz bem para o cérebro
De acordo com pesquisas citadas por Attia e outros especialistas em neurociência, a dança reúne uma combinação rara de estímulos — motores, emocionais e cognitivos — que fortalecem conexões neurais e reduzem os riscos de declínio cognitivo com o passar dos anos.
Benefícios cognitivos:
Estimula múltiplos padrões cerebrais, ajudando a prevenir doenças neurodegenerativas.
Benefícios físicos:
Melhora a saúde cardiovascular, a coordenação motora e a flexibilidade.
Benefícios mentais:
Reduz o estresse, melhora o humor e aumenta a motivação.
Benefícios sociais:
💬 Promove socialização, aumenta a autoestima e diminui sintomas de ansiedade e solidão.
Já atividades como palavras cruzadas e sudoku são ótimas para exercitar a concentração e a memória, mas não oferecem estímulos físicos nem integração motora — aspectos essenciais na prevenção da demência.
Em resumo, a dança é uma das atividades mais completas para o corpo e para o cérebro, pois alia prazer, movimento, ritmo, emoção e conexão social — ingredientes poderosos para envelhecer com saúde.
O que escolher
Para prevenir a demência e manter o corpo ativo: a dança é a melhor opção.
Para exercitar apenas a mente: sudoku e cruzadinhas são boas alternativas, mas menos completas.
O ideal: combinar ambas — dançar algumas vezes por semana e praticar jogos de lógica nos outros dias.
Com base na ciência e na prática clínica, Peter Attia resume: “Envelhecer bem é menos sobre viver mais e mais sobre viver melhor — com o corpo, o cérebro e o coração em movimento.”


