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Einstein e Hawking tinham razão: colisão entre buracos negros confirma previsões feitas há décadas

Evento GW250114 traz a observação mais detalhada já feita de uma fusão cósmica e valida teorias clássicas da gravidade

Você já imaginou como seria testemunhar dois buracos negros colidindo a bilhões de anos-luz de distância? Foi exatamente isso que cientistas registraram com o evento GW250114, detectado pelo Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferometria Laser (LIGO) — o sinal mais nítido de ondas gravitacionais já medido.

A fusão cósmica, captada pelos instrumentos do LIGO em Livingston (Louisiana) e Hanford (Washington), confirmou previsões formuladas há décadas por nomes lendários da física, como Albert Einstein, Roy Kerr e Stephen Hawking.

Simulação da colisão de dois buracos negros, fenômeno que confirmou previsões de Einstein, Kerr e Hawking sobre o comportamento do espaço-tempo.

Segundo o astrofísico Maximiliano Isi, da Universidade de Columbia, os dois buracos negros estavam a 1,1 bilhão de anos-luz da Terra e orbitavam um ao outro quase em círculo perfeito antes de colidirem. Cada um possuía cerca de 33 massas solares, resultando em um novo buraco negro de 63 massas solares.

“Esses resultados nos dão uma visão inédita do que realmente acontece quando o espaço-tempo se curva ao extremo”, destacou Isi.

Desde 2015, quando o LIGO detectou as ondas gravitacionais pela primeira vez, mais de 300 fusões já foram registradas com o auxílio dos observatórios Virgo (Itália) e KAGRA (Japão). No entanto, o evento GW250114 se destacou pela precisão e riqueza de dados.

Teorias confirmadas

A primeira previsão validada vem de 1963, quando Roy Kerr propôs que buracos negros podem ser descritos apenas por dois parâmetros: massa e rotação. A análise do novo sinal confirmou que o buraco negro resultante segue exatamente essa descrição, fortalecendo a chamada “solução de Kerr”.

Outro marco foi a comprovação do teorema da área, proposto por Stephen Hawking em 1971, segundo o qual a área total do horizonte de eventos nunca diminui após uma fusão.
“Conseguimos medir as áreas dos buracos negros originais e do final, e vimos que a superfície aumentou — exatamente como Hawking previu”, explicou Isi.

Para o físico Kip Thorne, ganhador do Prêmio Nobel e um dos fundadores do LIGO, Hawking “teria ficado encantado com a confirmação de suas ideias”.

Um novo olhar sobre o universo

Especialistas internacionais destacam que a precisão alcançada neste estudo abre uma nova fronteira na astronomia. Emanuele Berti, da Universidade Johns Hopkins, comparou a detecção das ondas a “ouvir uma agulha num palheiro”, e Leor Barack, da Universidade de Southampton, afirmou que o resultado representa “o teste mais preciso já feito de buracos negros”.

Macarena Lagos, da Universidade Andrés Bello, no Chile, ressaltou que o avanço “promete fornecer testes ainda mais rigorosos sobre a natureza do espaço-tempo e da gravidade”.

A confirmação das previsões de Einstein e Hawking não apenas reforça os pilares da física moderna, mas também evidencia o quanto ainda há por descobrir nas profundezas do cosmos.

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