Trastuzumabe Entansina passa a integrar a rede pública e representa um marco no cuidado de mulheres com câncer de mama HER2-positivo
O Sistema Único de Saúde (SUS) deu um passo histórico no tratamento do câncer de mama ao incorporar o Trastuzumabe Entansina (T-DM1), um medicamento de alta tecnologia indicado para pacientes com câncer de mama HER2-positivo em estágio avançado, especialmente aquelas que ainda apresentam sinais da doença após a quimioterapia inicial.
A medida é resultado de um investimento de R$ 159,3 milhões do Governo Federal, que garantiu a aquisição de 34,4 mil frascos do medicamento, com previsão de atender 100% da demanda nacional até meados de 2026. Para milhares de mulheres que dependem exclusivamente da rede pública, o avanço representa mais chances de recuperação, maior qualidade de vida e acesso a um tratamento antes restrito ao setor privado.
O que é o Trastuzumabe Entansina
Conhecido também como T-DM1, o Trastuzumabe Entansina é um anticorpo conjugado (ADC) — uma tecnologia moderna que combina dois elementos em uma única molécula.
O medicamento une:
- um anticorpo, que se liga especificamente à proteína HER2, presente em maior quantidade nas células tumorais;
- e um quimioterápico, que é levado diretamente até o tumor.
Essa combinação permite uma ação mais precisa e localizada, atacando as células cancerígenas com menos impacto sobre os tecidos saudáveis, o que reduz efeitos colaterais e melhora a tolerância ao tratamento.
Como o medicamento passa a atuar no SUS
O Trastuzumabe Entansina passa a ser fornecido gratuitamente pelo SUS, integrando o primeiro protocolo clínico moderno voltado a esse perfil de câncer de mama na rede pública.
Segundo o Ministério da Saúde:
- o primeiro lote chegou em outubro de 2025;
- novas entregas estão programadas para dezembro de 2025, março e junho de 2026;
- o planejamento logístico busca garantir continuidade no tratamento e cobertura total da demanda.
Além do impacto clínico, o governo aponta uma economia estimada de cerca de 50% em relação aos preços do mercado privado, reforçando a sustentabilidade do sistema público de saúde.
Outros avanços no tratamento e na prevenção
A incorporação do T-DM1 faz parte de um conjunto mais amplo de avanços no cuidado oncológico pelo SUS. O sistema também vem ampliando o acesso a inibidores de ciclinas, como:
- abemaciclibe,
- palbociclibe,
- ribociclibe,
indicados para casos de câncer de mama avançado ou metastático.
Na área da prevenção, outro passo importante foi a ampliação da faixa etária para mamografia no SUS, a partir dos 40 anos, fortalecendo o diagnóstico precoce — fator decisivo para aumentar as chances de cura.
O conjunto dessas medidas reforça o papel do SUS como instrumento fundamental de equidade, levando tratamentos modernos a quem mais precisa e reduzindo desigualdades no acesso à saúde no Brasil.


