Pesquisas revelam que campos eletromagnéticos de tecnologias modernas interferem na orientação natural das abelhas, contribuindo para o declínio de suas populações.
As abelhas, essenciais para o equilíbrio ecológico e para a produção de alimentos, estão enfrentando mais um desafio além dos já conhecidos agrotóxicos e da perda de habitat. Estudos científicos recentes apontam que a radiação emitida por tecnologias do cotidiano — como redes Wi-Fi e telefones celulares — pode interferir diretamente no sistema de navegação desses insetos.
Esses polinizadores utilizam o campo magnético natural da Terra para se orientar e encontrar o caminho de volta à colmeia. A exposição constante a campos eletromagnéticos (EMF) provenientes de dispositivos eletrônicos pode, segundo os estudos, alterar essa bússola biológica, resultando em desorientação e perdas significativas nas colmeias.
Pesquisas de campo mostraram que abelhas expostas a níveis reais de radiação de Wi-Fi tiveram dificuldade para retornar à colmeia. Outros experimentos apontaram alterações comportamentais e até danos ao material genético e às larvas. Em casos mais graves, a exposição prolongada levou ao abandono total das colmeias — um fenômeno associado ao chamado Distúrbio do Colapso das Colônias (CCD).
Além da interferência magnética, a desorientação é agravada pela perda de marcos visuais, como árvores e cursos d’água, substituídos por ambientes urbanos densos e poluídos. A combinação de fatores físicos, químicos e tecnológicos cria um cenário preocupante para a sobrevivência das abelhas, responsáveis por mais de 70% da polinização das culturas alimentares no mundo.
Embora os campos eletromagnéticos não sejam a única causa do declínio populacional, as evidências científicas reforçam a necessidade de repensar o uso descontrolado da tecnologia e suas consequências invisíveis sobre o meio ambiente.


