De terapias gênicas a implantes oculares, avanços recentes oferecem alternativas antes inimagináveis para diferentes tipos de cegueira e degenerações da visão.
A medicina tem avançado de forma surpreendente no tratamento de doenças oculares que, até pouco tempo atrás, eram consideradas irreversíveis. Entre as novidades está a Luxturna, a primeira terapia gênica aprovada no Brasil, em 2020, voltada para pacientes com cegueira hereditária rara causada por mutação genética na retina.
O tratamento consiste na inserção de um gene diretamente no olho, corrigindo a causa da doença. Realizado apenas uma vez em cada olho, o procedimento tem como objetivo melhorar a visão, reduzir a dependência de terceiros e proporcionar maior autonomia nas atividades do dia a dia. Para muitos pacientes, representa uma verdadeira mudança de vida.
Outro avanço é o chip implantável para degeneração macular relacionada à idade (DMRI), condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Com apenas dois milímetros, o dispositivo é implantado no olho e funciona em conjunto com óculos especiais equipados com câmera. A câmera projeta luz no chip, permitindo ao paciente identificar letras grandes e objetos, devolvendo parte da capacidade de interação com o ambiente.
Além dessas inovações, outras terapias promissoras estão em desenvolvimento:
- Implantes para glaucoma refratário: pequenas estruturas em gel capazes de reduzir a pressão ocular em pacientes que não respondem aos tratamentos convencionais.
- Implantes para toxoplasmose ocular: pesquisadores da UFMG desenvolveram um implante biodegradável que libera antibióticos diretamente no olho, combatendo a infecção e prevenindo a cegueira.
Esses avanços representam um futuro mais inclusivo para milhares de pessoas que convivem com limitações visuais. Mais do que devolver a visão, eles trazem esperança, dignidade e novas perspectivas de vida.