Estudos recentes indicam que comprimidos para obesidade podem proporcionar perda de peso de até 20%, com resultados promissores para acessibilidade e praticidade.
Medicamentos injetáveis como Ozempic, Wegovy e Mounjaro revolucionaram o tratamento da obesidade ao oferecerem efeitos de perda de peso próximos aos da cirurgia bariátrica. Agora, a corrida é para criar versões orais desses fármacos, e estudos recentes mostram que isso está prestes a se tornar realidade.
A Eli Lilly, fabricante do Mounjaro, desenvolveu a orforgliprona, um comprimido diário que atua nos mesmos receptores GLP-1 das injeções para perda de peso. Em estudo com 3.127 participantes de nove países, pessoas que tomaram doses mais altas do medicamento perderam, em média, 11,2% do peso corporal após 72 semanas. Entre elas, 18,4% alcançaram uma redução de 20% ou mais. Além da perda de peso, o medicamento trouxe benefícios adicionais, como melhora da pressão arterial, redução da circunferência da cintura e diminuição do colesterol ruim. Os efeitos colaterais mais comuns foram leves a moderados, principalmente gastrointestinais.
Outro estudo, envolvendo a semaglutida oral 25 mg, equivalente ao Wegovy em comprimido, indicou que um em cada três participantes conseguiu reduzir 20% ou mais do peso corporal após 64 semanas. A perda média foi de 16,6%, significativamente superior aos 2,7% observados no grupo placebo. O estudo também revelou melhorias na capacidade de realizar atividades físicas diárias e na redução de fatores de risco cardiovascular.
A expectativa é que a Eli Lilly submeta o comprimido diário GLP-1 à revisão regulatória ainda este ano, enquanto a Novo Nordisk já protocolou o Pedido de Novo Medicamento (NDA) à FDA, agência reguladora dos EUA, para a versão em comprimido do Wegovy. Especialistas destacam que, embora os resultados ainda não superem completamente os das injeções, a praticidade e a acessibilidade de um comprimido diário podem transformar o tratamento da obesidade globalmente.