Mudanças sociais, biológicas e culturais ampliam a fase considerada de transição para a vida adulta
Um estudo recente reacende o debate sobre os limites da adolescência, apontando que essa fase de transição da infância para a vida adulta pode se estender até os 24 anos de idade. A conclusão desafia a ideia tradicional de que a adolescência termina aos 18 ou 19 anos, revelando que os fatores que definem esse período vão muito além da idade cronológica.
De acordo com especialistas, as transformações biológicas, emocionais e sociais são os principais indicadores dessa extensão. O corpo humano continua passando por mudanças significativas até o início da casa dos 20 anos, incluindo o desenvolvimento cerebral, que só atinge plena maturidade por volta dos 24 a 25 anos.
Além disso, mudanças sociais recentes influenciam diretamente esse processo. O tempo maior de permanência dos jovens na escola e na universidade, a entrada tardia no mercado de trabalho e o adiamento de responsabilidades como casamento e filhos são elementos que contribuem para prolongar a adolescência.
Segundo o estudo, compreender a adolescência como uma etapa mais longa é fundamental para ajustar políticas públicas de saúde, educação e emprego, oferecendo apoio adequado aos jovens nesse período de construção de identidade e autonomia.
Ainda que essa reclassificação não tenha valor legal — já que a maioridade civil no Brasil continua sendo aos 18 anos —, a discussão amplia o olhar sobre os desafios enfrentados pela juventude contemporânea e traz reflexões importantes para famílias, educadores e gestores.