Ela não grita. Não pede licença. E muitas vezes, nem parece dor. A depressão chega de mansinho, e quando se instala, sufoca em silêncio. Está por trás de olhares distantes, de sorrisos automáticos, de pessoas que seguem funcionando — mesmo que, por dentro, estejam em ruínas.
Estamos falando de uma das maiores epidemias invisíveis da atualidade. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas convivem com a depressão no mundo. No Brasil, o problema já atinge quase 20 milhões de pessoas, e o número só aumenta — especialmente entre os jovens e os idosos.
A grande tragédia da depressão é que, muitas vezes, ninguém vê. Ou pior: ninguém acredita.
É comum ouvir frases como:
“Você tem tudo, por que está assim?”
“Isso é falta de Deus.”
“Levanta dessa cama, reage!”
Essas falas, além de desinformadas, são cruéis. A depressão não é uma fase, não é fraqueza, nem falta de fé. É doença. E precisa ser tratada com seriedade.
“A depressão é uma prisão invisível, onde a pessoa vive em silêncio, sem entender por que está ali, nem como sair”, resume a psicóloga clínica Ana Lúcia Ferreira.
Entre os principais sintomas estão:
- Apatia, desânimo constante e sensação de vazio
- Isolamento social e perda de interesse por atividades cotidianas
- Alterações no sono e apetite
- Sentimento de inutilidade, culpa ou fracasso
- Pensamentos negativos recorrentes e, em casos graves, ideação suicida
A boa notícia é que a depressão tem tratamento. E quanto mais cedo for diagnosticada, maiores as chances de recuperação. Psicoterapia, suporte psiquiátrico e rede de apoio são os pilares do cuidado. Em muitos casos, o carinho, o acolhimento e a escuta sem julgamento salvam mais do que mil conselhos.
É urgente olhar com mais empatia para o outro. Perguntar de verdade: “Está tudo bem com você?” — e estar disposto a ouvir a resposta.
por GT Notícias – Goiás Tocantins Notícias